Para RH da Vapza Alimentos, valorização de colaboradores antigos é tão fundamental quanto contratação de novos; indústria contrata durante a pandemia e tem índice de rotatividade menor que a média nacional.
No momento de captar recursos vale a pena buscar ‘anjos’ que tenham mais afinidade com o tipo de negócio e que possam contribuir para a melhora de resultados.
Veja cinco passos que podem ajudar sua empresa neste caminho.
Quando nasce uma startup, o desafio do empreendedor se concentra na criação do produto, do que será o negócio dele e de como atender a demanda de seus potenciais clientes.
O estabelecimento de um modelo de governança costuma vir depois, quando a empresa começa a ganhar tração.
E esse crescimento costuma vir acompanhado da necessidade de mais recursos, que leva aos passos decisivos em busca de investidores-anjos.
A partir daí, um dos grandes desafios do negócio passa a ser a gestão.
Afinal, os investidores colocam dinheiro, mas querem ter informações seguras sobre o desempenho do negócio.
Esse é um pré-requisito que parece simples de atender, mas com frequência culmina em conflitos de relacionamentos que podem ser evitados, como explica Romulo Perini, sócio-diretor da Play Studio, consultoria de inovação e venture builder que apoia empreendedores no seu processo de crescimento e tem no portfólio casos bem-sucedidos como o do aplicativo de contratação Closeer, a Cerveja Praya e o ecommerce Raízs.
Ele destaca que o ideal é não se preocupar apenas com dinheiro na hora de fazer captação, mas também buscar investidores-anjo com experiência que possam no processo de crescimento da empresa.
“É o que chamamos de smart-capital. Os anjos podem aportar um conhecimento na área de desenvolvimento de produtos, em vendas, em finanças ou em estratégias de captação e assim por diante. Varia conforme a necessidade e o tipo de negócio. Quando o empreendedor não vê isso, não se organiza, muito valor é perdido na jornada”, afirma.
Para absorver as informações dos investidores, porém, também é preciso ter a capacidade de organizá-las.
“Já vi casos de startups que tinham uma dúzia de investidores que ficava cobrando o empreendedor como se fossem “chefes” dele. O empreendedor acabava investimento muito do seu tempo “justificando” resultado e deixava de lado a gestão do negócio, o que não é nada saudável”, contou.
Perini sugere a implantação de um modelo de governança direcionado para baixo (equipe e fornecedores) como para cima (investidores e sócios que não estão mais na operação).
Para baixo, explica, é ter metas e indicadores claros devidamente disseminados dentro da equipe, e um método de governança para acompanhamento e report.
Para cima é quando o CEO reporta os resultados aos investidores ou a eventuais sócios que não estão na operação, mas cobram informações.
“Nessa hora é importante criar rituais para disponibilizar dados aos investidores e captar o maior valor possível para discutir e superar os desafios do negócio”, explica Perini.
Mas como seria essa organização de informações para aproveitar ao máximo os conhecimentos dos investidores? Veja abaixo cinco passos indicados por Perini para o empreendedor que deseja aproveitar ao máximo os recursos e as ferramentas de seus investidores.
1. Criação de um Conselho
Pode ser Consultivo ou Deliberativo. O Consultivo, como o próprio nome explica, para consultar e considerar as opiniões dos investidores na hora de tomar decisões.
O Deliberativo, por sua vez, permite ao investidor tomar decisões junto com o empreendedor.
Essa segunda opção pode ser necessária quando há, no grupo de investidores, anjos que colocaram uma fatia maior de dinheiro e querem estar mais próximos das decisões;
2. Criação de Comitês
Não são todos os anjos que vão compor o conselho. O empreendedor coloca um, dois ou três no máximo. Como aproveitar os demais?
Eles podem integrar comitês temporários. Por exemplo, pode ser criado um comitê de marketing quando a empresa tem dificuldades de engajar os clientes atuais ou novos clientes.
Ou então, um comitê de vendas ou financeiro ou mesmo para novas captações.
E existe a possibilidade de trazer pessoas do mercado para integrar esses comitês, gente que não tenha envolvimento com a empresa, mas que deseja dar alguma contribuição.
Desta forma, os anjos se engajam mais no negócio e tem a oportunidade de colaborar mais para o resultado positivo do business.
3. Criação de Rituais
É importante criar rituais com investidores para posicioná-los sobre os acontecimentos. Esses rituais se traduzem em reuniões para apresentação de relatórios sobre os resultados da empresa.
Essas reuniões podem ocorrer de forma mensal ou trimestral (recomendação).
É uma forma de estabelecer um padrão na prestação de contas e também um momento para reforçar o relacionamento com os parceiros.
4. Adoção de Governança
A governança corporativa não tem de ser permanente. É uma ferramenta de gestão que deve ser usada da melhor forma possível considerando o momento da startup.
O modelo deve ser revisado conforme a empresa evolui, pois novas necessidades e desafios vão surgindo com o passar do tempo.
5. Manter aceso o empreendedorismo
A governança não pode engessar o espírito empreendedor de testar, de se aventurar em coisas novas.
Caso contrário a startup perde sua essência e começa a ser operada como se já fosse uma grande empresa, perdendo parte do seu diferencial.
A governança é implantada para ajudar a dar passos mais certeiros, o que aumenta a confiança de quem acreditou e colocou dinheiro no negócio.
“Os anjos em geral são executivos com muita experiência que estão dispostos a “emprestar” um pouco do seu conhecimento e ajudar os negócios onde investem. Cabem aos empreendedores buscar uma melhor forma de aproveitar tanto o investimento financeiro como também o intelectual. A geração de valor de uma relação frutífera entre ambas as partes pode ser determinante no sucesso do negócio!”, conclui Perini.